Opinião
Há uma guerra próxima a nós
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 10/10/2023 - 08:00
O lado sombrio do ser humano
As pessoas falam da violência, consideram que o que passam é desumano. Temos que respeitar isso. A dor de quem viveu o conflito. Mas os que estão enviados nele não tem a dimensão do que ele representa. Viver um problema não é ter o melhor lugar para analisá-lo.
Há uma diferença considerável entre quem vive a situação e os que podem avaliar o porquê ela ocorre. Quando falamos deste conflito em Israel, agora em guerra com o Hamas, há que se ter cautela.
O terrorismo por parte do Hamas é indiscutível, isto é fato. O grupo é extremista e provoca uma guerra desumana e com peculiaridades de sadismo. Nas guerras se desperta o lado sombrio dos seres humanos. Basta se dedicar a buscar leituras sobre o cotidiano dos inúmeros conflitos que a humanidade viveu e você verá relatos ao longo do tempo de práticas de agressão extrema.
Rancores históricos
Os lados sempre justificam a necessidade de revidar, a contas a acertar. Os rancores tendem a aumentar com a lista de agressões de lado a lado. A cada violência praticada o revide será intenso e a justificativa já está dada: “não se pode deixar por isso mesmo”.
Assim, agredir vira obrigação de quem nasce sobre uma égide do culto a vingança ou ao permanente inimigo.
Em áreas de conflito que se organizaram em ambientes de agressão e desprezo, o sentimento de vingança é cultuado. A agressão que se pratica tem sempre uma justificativa. Nossa desgraça tem sempre o mesmo culpado, logo, qualquer agressão que se pratique não há que se sentir culpa.
Guerras próximas a nós
Não pense que esta visão é exclusiva dos que estão em áreas de conflitos históricas, das guerras tradicionais. Elas também fazem parte do cotidiano nas grandes cidades. A população periférica, marginal e que vivem em áreas de risco, também tem seu ódio alimentado diariamente.
Nós também temos a nossa facha de Gaza, nosso terrorismo doméstico marcado de ações de violência de lado a lado. E nem sempre os dois lados são ouvidos da mesma forma e com o mesmo espaço.
Temos que nos preocupar com os ataques do Hamas a Israel, há que se lutar pelo fim da guerra entre Ucrânia e Rússia. Mas, lembre-se, há conflitos em nossa casa e eles precisam de nossa atenção.
Notícias da mesma editoria
Opinião
Opinião
Respeitamos sua privacidade
Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Conheça nossa Política de Privacidade