8 de março: Dia Internacional da Mulher
A semana na História

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8 de março: Dia Internacional da Mulher

A semana na História por Reginaldo Dias em 03/03/2025 - 11:50

Estamos na semana do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, conforme institucionalização promovida pela ONU em 1975.

A origem da instituição dessa data, no entanto, é mais remota e foi protagonizada por mulheres que atuavam em movimentos políticos. A proposta de instituição de um dia internacional da mulher foi apresentada por Clara Zetkin, dirigente do Partido Socialdemocrata Alemão, no Segundo Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, realizado em Copenhagen, em 1910. Não havia, na proposta original, uma data indicada. De 1911 em diante, foi se sedimentando a tradição de comemoração, em datas diferentes, conforme critério dos organizadores. Com o tempo, estabilizou-se o dia 8 de março como a data de referência.

Trata-se de uma data convocatória, que convida à reflexão sobre o tema da necessária igualdade entre mulheres e homens.

Como subsídio a essa reflexão, vou citar passagens importantes de um artigo que professora Tania Tait, da UEM e da ONG Maria do Ingá, divulgou no ano passado. Ela diz o seguinte:

Na sociedade, o 8 de março é comemorado de duas formas. A primeira com a parabenização e flores para mulheres por serem mulheres, principalmente pelo comércio que se utiliza do dia para vender seus produtos. A segunda forma é dada pelo movimento feminista, o qual considera o dia como um marco de lutas a serem travadas e de conquistas obtidas pelas mulheres.

Segundo a professora Tania Tait,

As independentemente do tipo de comemoração, o dia 8 de março passa e o que vemos? As mulheres continuam sendo violentadas, agredidas e mortas no mundo todo. As mulheres são as que menos recebem bolsas de pesquisa científica. A diferença salarial continua existindo no exercício da mesma função e ainda estão sobrecarregadas com as tarefas domésticas. Não têm presença na política condizente com sua parcela populacional e sua atuação na sociedade O casamento infantil é tolerado como se não fosse pedofilia; existe estupro de mulheres e meninas como arma de guerra, entre tantas mazelas.

Avançando em sua reflexão, pondera a professora Tania Tait:

A despeito das conquistas com leis de proteção e dos direitos femininos, vemos um esforço enorme tanto por parte dos movimentos de mulheres como de parte do poder público em fazer valer as leis. No entanto, a desigualdade continua presente no dia a dia das mulheres, seja nas escolas, no local de trabalho ou nas ruas.

No caso do Brasil, considerado um dos países mais inseguros para as mulheres e meninas viverem, os feminicídios têm aumentado de forma alarmante e a discriminação contra as mulheres continua em todos os setores da sociedade. A situação se agravou nos anos de governos conservadores (de 2016 a 2022), com retrocessos na redução do orçamento de combate à violência e de políticas públicas para mulheres bem como na disseminação do discurso de ódio às mulheres (misoginia).

Em 2025, completa-se o cinquentenário da instituição do Dia Internacional da Mulher pela ONU. A professora Tania Tait pergunta: o que terá mudado? Ela responde com novas perguntas:

Será que precisaremos de mais 50 anos para que possamos, realmente andar pelas ruas nos sentido seguras? Para sair de um relacionamento sem medo de sermos mortas? Para receber salário igual pelo exercício da mesma função do homem? Para estar na política sendo respeitadas e sem agressões de todo modo? Para receber na ciência tratamento como os homens recebem? Para alcançar a igualdade em todos os locais, inclusive nas tarefas domésticas? Para, enfim, ter uma vida digna, feliz, sem violência de qualquer tipo de medo?

Finalizando, ela convoca:

Vamos continuar firmes, mulheres e homens que atuam pela igualdade. Igualdade de direitos e deveres que está declarada na Constituição brasileira, mas que precisa de nós em todos os momentos.

Ouça "A Semana na História" toda segunda-feira, com o professor e historiador Reginaldo Dias, às 11h50, com reprises às 14h50


 

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